UMA BIXA E SUA DIVINA AMBIÇÃO

"Uma bicha acertada na cara por um chute de voadora. Uma multidão de bichas malabaristas.

Uma bicha palhaça. Uma bicha criança que faz pirraça em frente da televisão.

Uma bicha que é o cão chupando manga. Uma bicha que acabou de transar.

Uma bicha para chamar de sua. Uma bicha suja de sorvete. Uma bicha pedindo carona.

Uma bicha fumando um cigarro. Uma bicha tentando contato com outra bicha de outro planeta.
Uma bicha sem posses. Uma bicha sem pau. Uma bicha do caralho. Uma bicha com ovário.
Uma bicha atravessando a rua e sendo alvo de zombaria. Uma bicha faca na botinha.
Uma bicha poderosa mesmo. Uma bicha que fecha. Uma bicha lacrativa.

Uma bicha índio. Uma bicha que é bixa. Uma bicha que é bee. Uma bicha travesti.

(Caio Riscado. 2019).


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Estudo II - relâmpagos na pista de dança




Vogue. Os gays de Nova York queriam que seus corpos revelassem, no calor da pista, as poses da revista. Madonna e seu jogo com a música pop: divas da década de 40. Adivinha em Ouro Preto, agosto de 2009. Wagner Alves acompanhou-me no delírio de dançar, travestir-se num outro. Desmanche veloz, asas de borboleta-larva-mariposa. Um devir-outro arrasta tudo no acontecimento: caixa acústica a serviço de um perpétuo deslocamento sonoro, momento de pura expansão de nossos corpos. Mari Zippinotti na lente nômade, dimensões borradas imanentes entre si. Agradecimentos ao Wallace que nos convidou à sua casa noturna...

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UM DEVIR BIXA

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Sou uma bufona-ciborgue-bixa